quarta-feira, 28 de novembro de 2012

Nem sempre as coisas são como se espera

      Nesses últimos dias parei para fazer um balanço desses três meses em terras alemãs. Posso dizer que o resultado, até agora, não foi dos melhores. O primeiro mês foi um esforço de adaptação que não deu certo. Adaptação não ao país, à língua ou às pessoas, mas adaptação a um apartamento minúsculo e destruído. Foi um primeiro mês difícil, muito difícil, onde só conseguia pensar que, talvez, tivesse tomado uma decisão errada. Era difícil cair na realidade do padrão de moradia em que me encontrava. Sem o mínimo do conforto necessário, como armários.
     O segundo mês começou melhor, em parte porque comecei a ter aulas e, então, já tinha algo pra fazer que tirava minha atenção do caos em que estava vivendo. Funcionou um pouco e por algumas semanas me senti melhor. Ao mudar de apartamento tudo melhorou ainda mais. Fiquei empolgada em ter um lugarzinho arrumado, aconchegante e que tem cara de casa (por menor que seja). Mas enquanto uma parte da vida melhorava, outra foi deteriorando. E, não tenho idéia de porquê. Só sei que é difícil. Extremamente difícil e não parece melhorar, pelo contrário. O que era pra ser leve e divertido, está pesado e sem razão.
      Agora percebo que estou aqui há três meses e nada do que me propus vir fazer aqui, foi feito. Aliás, não foi nem iniciado. Não sei por onde começar. Sinto como se tivesse minhas forças sendo sugadas, meu humor decaindo a cada dia, estou sempre cansada. Me sinto como se estivesse presa, acorrentada, querendo respirar, querendo sair do buraco, desesperadamente procurando por ar e sozinha. Não é necessário dizer que com tudo isso, pra quem nunca foi uma pessoa matinal, acordar às 6:30 tem se tornado cada vez mais difícil. Pizza e sorvete têm se tornado companheiros inseparáveis. Me vejo como Bridget Jones: "em um relacionamento sério com dois homens ao mesmo tempo. O primeiro chamado Ben e o outro Jerry's".
     Penso e repenso na decisão de ter vindo. Não, não me arrependo. Não me arrependo de fazer coisas que quero, mas sim de não a tê-las feito. Sou forte. Sempre fui. Faço as mudanças e tomo as decisões da minha vida e encaro as conseqüências delas. Ainda é cedo. Talvez seja banzo do terceiro mês e as coisas daqui a pouco melhorem. Quem sabe? Minhas "pequenas-imensas" alegrias peludas tornam a vida sempre melhor.

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