sexta-feira, 23 de novembro de 2012

Benjamin Button

     Alguns dias atrás assisti "Benjamin Button". Tudo bem, sei que estou atrasada no assunto e no filme, mas azar. Quem não tem uma lista de filmes pra assistir? Bom, voltando, achei muito interessante a maneira como o roteiro se desenrola. Muito interessante pensar como seria a vida se o ciclo do nosso corpo acontecesse ao contrário. Pela perspectiva do filme, não me agrada muito. Não sei se todos perceberam que apenas o corpo dele vai no sentido contrário, mas seu conhecimento, suas vontades, seus desejos, obedecem a ordem cronológica dos anos do seu nascimento. Como seria ter aparência de 80 anos, mas a curiosidade e a inocência de uma criança de três? Chegar à adolescência física com a mentalidade dos 70? Sinceramente, não me parece uma boa troca já que os desejos, sonhos e energia característicos de um adolescente estariam há muito esquecidos no passado e a experiência e sabedoria de um adulto estaria presa no aparência de um adolescente que, todos sabem, nunca é muito levado a sério. Deve ser desesperador!
     Fiquei esses dias pensando sobre o assunto e lembrando da personagem "Daisy", a incrível Cate Blanchett (eterna "Elizabeth"), comentando o quanto é ruim envelhecer, o quanto ela não gosta de envelhecer e invejando a juventude de uma nadadora na piscina. Pensei bastante, mas cheguei à conclusão de que sim, envelhecer é chato e ninguém gosta disso, mas a natureza é sábia. Se seguíssemos como Benjamin Button, teríamos um espírito velho preso em um corpo infantil, ou um espírito infantil preso em um corpo idoso. Se, por outro lado, nossa mente e espíritos acompanhassem o desenvolvimento do corpo de Benjamin, ou seja, nasceríamos velhos mas sábios e, conforme rejuvenescessemos, perderíamos aos poucos a sabedoria e recuperaríamos a inocência; também não seria uma boa troca. Já pensou ir esquecendo tudo que se sabe e toda experiência vivida? Seríamos uma sociedade com "Alzheimer" generalizado, uma sociedade que perderia sua história mais e mais a cada geração. O curso natural de nossas vidas faz muito mais sentido se pararmos para analisá-lo dessa forma e envelhecer passa a não dar tanto medo e a ter de volta a vantagem da sabedoria.
     É, definitivamente, a natureza é sábia!

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